Estima-se que a legalização dos bingos renderá ao governo o equivalente a 14 AeroDilmas. A decolagem da presidenta estará garantida pela propina não contabilizada do lobby da jogatina.
Mas, como se sabe, a boca é grande. Por isso o cassino precisa também da CPMF, para fazer girar a roleta da saúde – aquela que cura todos os males da burocracia companheira.
Mesmo assim, a arrecadação mais do que recorde não será suficiente. Afinal, para o governo popular, as eleições de 2014 começam agora. E é preciso engordar a mágica da bondade.
A idéia é dar uma subida na linha da pobreza, deixando entrar mais gente na festa do Bolsa Tudo.
Em termos da batalha ideológica, está tudo dominado. Hoje, quem ousa dizer que o assistencialismo petista não é a vanguarda da civilização está perdido. A opinião pública parece ter sido seqüestrada pelos robespierres do Ipea.
Este é o Brasil moderno: dinheiro de graça para os pobres, e final feliz garantido no Oscar.
O novo conceito de prosperidade, que abençoa um exército de afilhados do Brasil pendurados nas bolsas do lulismo – o Baú da Felicidade do século 21 – é a base do projeto Dilma 2014. Se tudo der certo, a hegemonia neopopulista ficará a três anos de igualar o reinado de Getúlio Vargas.
É essa modernidade que vem encantando os bem pensantes, incluindo uma parcela que nem está na folha do PT.
O sucesso formidável da transformação do Bolsa Tudo em votos, que consagrou a presidenta pára-quedista, é um poderoso formador de convicções intelectuais. O desfile de teorias para justificação sociológica do novo Baú da Felicidade está só começando.
O Brasil vai erradicar a pobreza distribuindo dinheiro a fundo perdido. Como ninguém pensou nisso antes?
Vamos esperar para ver esse final feliz: uma população vivendo de mesada de um Estado que vende o almoço para pagar o jantar.
Que os bingos abençoem o país do futuro.
Autor, Dyego Alexandre