Quem sabe?

Será que é ai que está o verdadeiro lance?
Em saber a verdade?
Lá no fundo, uma voz grita,
Sinto que está ficando rouca.
Ela diz: É você, você pode!
Mas quem me garante que não sou eu me enganando?
Quem me garante quem eu sou?
Quem pode me ajudar nesta questão, a não ser eu mesmo ?
E se não confio em mim o que me resta?
Chorar, gritar, correr, pular?
Escrever...

Ouço alguns dizerem:
Você pode, você é bom!
Potencial?
Palavra estranha para mim,
Significaria, eu posso?
Quem disse a eles, quem disse a todos os outros?
Como eles sabiam?
Simplesmente sabiam.
E se não sei, significa que não sou?
E se não confio em mim o que me resta?
Fazer, beber, fugir, peder?
Escrever...

Quando estou sozinho, vozes gritam em minha cabeça
Mas, do que estou falando?
Eu sempre estou sozinho.
Um nada me invade e toma conta do que acho que sou.
Quando não há ninguém por perto,
Neste exato momento, estou transbordando de nada
E ondas vem e vão,
Certezas e incertezas.
Apenas as incertezas são certas,
As certezas que tenho se desmancham em lágrimas.
Será que minto para mim?
Talvez não, mas já menti.
E se não confio em mim o que me resta?
Pedir, dormir, comer, sair?
Escrever...

As lágrimas são inevitáveis, uma certeza?
A solidão é tudo que temos, uma certeza?
Todos eles sabiam a verdade, uma incerteza.
Todos conseguiram porque eram bons, uma incerteza.
Eu posso, incerteza, eu tento, certeza,
Eu faço, certeza, faço bem, incerteza
A onde esta estrada me leva?
O que vem depois?
Querer saber!
Lá no fundo a fagulha da dúvida não se apaga
Mas esta incerteza é melhor do que a certeza de ela nunca ter existido.

Raylson Bruno